logo
Banner

NOTÍCIAS

Home / Notícias / região noroeste

Soro com anticorpo de cavalo é esperança para tratar Covid

Soro com anticorpo de cavalo é esperança para tratar Covid
31.03.2021     Fonte: eNoroeste

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um soro com anticorpos de cavalo que demonstrou ser até 100 vezes mais eficiente contra o coronavírus do que o plasma de pessoas que tiveram a Covid-19. O resultado deixou os pesquisadores eufóricos por ser mais uma esperança de um tratamento realmente eficaz contra a doença.

“Estamos todos vibrando com o resultado. Foi muito bom, excelente, maravilhoso”, disse o presidente do Instituto Vital Brazil, Adilson Stolet.

“Temos que fazer tudo com muito cuidado para não criar falsas ilusões, mas aresposta foi impressionante, muito acima das nossas expectativas”, acrescentou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio (Faperj), Jerson Lima Silva, que é também um dos pesquisadores do projeto.

Segundo Jerson, o princípio do soro de cavalos é semelhante ao tratamento feito com o plasma de pessoas que tiveram Covid-19 – e que já está sendo usado no tratamento da doença para oferecer anticorpos extras ao paciente. As grandes diferenças são: ele está sendo produzido em cavalos, demonstrou grande eficácia e pode ser produzido em grande quantidade e rapidamente.

O presidente da Faperj explica que um dos motivos para a resposta imune tão boa com o novo soro, tanto em termos de anticorpos detectados quanto de sua capacidade para matar o vírus, é que os cientistas usaram uma proteína recombinante inteira e não apenas fragmentos.

Até 100 vezes mais potente

Soro com anticorpos de cavalo desenvolvido por pesquisadores da UFRJ

Em maio, conforme Jerson Lima, cinco cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB) foram inoculados com uma proteína S (Spike) recombinante do coronavírus produzida no Laboratório de Cultivos Celulares da UFRJ. É por meio dessa proteína S, em forma de coroa, que o vírus se liga aos receptores das células humanas para se multiplicar.

Depois de 70 dias, os plasmas de quatro animais apresentaram anticorpos de 20 a até 100 vezes mais potentes contra a covid-19. O quinto animal também apresentou anticorpos, mas em menor volume.

Outra grande vantagem, conforme o presidente Instituto Vital Brazil, é o fato de a instituição já usar soros há um século, como o antiofídico e o antitetânico. “Sem falar no volume de plasma que pode ser produzido. Nós temos 300 animais, mas podemos comprar mais 500; em dois meses teríamos uma quantidade enorme de anticorpos”, assinalou.

Por ser uma tecnologia muita conhecida, os pesquisadores esperam pular a fase de testes clínicos e já iniciar as testagem em seres humanos. Os pesquisadores da UFRJ já firmaram um convênio com o Instituto D´Or de Pesquisa e Testagem (o mesmo que está fazendo os testes com a vacina da Universidade de Oxford no Rio) e aguarda apenas autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar o trabalho.