Comerciantes do setor alimentício do noroeste paulista estão fazendo adaptações nos cardápios devido à alta dos preços dos alimentos, gás de cozinha e combustíveis. As mudanças são uma forma de não repassar o aumento para os consumidores e evitar perder clientes.
Aparecido Donizete, dono de um restaurante em São José do Rio Preto (SP), optou por substituir a carne bovina nas receitas.
“A carne subiu em torno de 40% na pandemia. A gente repassou [o preço para o cliente] bem pouco mesmo, só para não ficar no prejuízo total”, explica.
“Todo mundo está trabalhando mais ou menos nesse esquema, que é a carne de frango ou de porco. Carne vermelha é uma vez na semana ou duas, no máximo. A gente está trabalhando mais com carne de panela ou carne moída, porque bife não tem condição”, completa o proprietário.
Desde o início do ano, o setor de alimentos vem acumulando aumentos consecutivos nos preços. O reajuste da carne bovina, por exemplo, dependendo do corte, variou de dois a 28%. A cesta básica, em um ano, subiu 23%.
O botijão de gás também teve reajuste e, só neste ano, foram três aumentos no preço do produto. Além disso, o combustível também ficou mais caro.
Bárbara Daroz, proprietária de uma marmitaria em Rio Preto, falou à TV TEM sobre a necessidade de aumentar os preços dos pratos no estabelecimento.
“A gente está fazendo o possível para repassar o mínimo. Este ano, a gente aumentou R$ 1 em cada marmita para que suprisse um pouco as nossas necessidades e não ficasse tão sobrecarregado para os nossos clientes. O combustível também, já que nós temos os nossos motoboys próprios. Se a gente fosse repassar tudo isso, seria inviável.”
“Vender o almoço para comer a janta. Nós estamos assim; fazendo de tudo pra que a gente consiga passar essa fase da melhor forma, com menos impacto financeiro para todos”, destaca Bárbara.