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´Ele retalhou meu nariz´, diz paciente do cirurgião plástico suspeito de prejudicar ao menos 30 pessoas

´Ele retalhou meu nariz´, diz paciente do cirurgião plástico suspeito de prejudicar ao menos 30 pessoas
05.11.2021     Fonte: G1

Pacientes do renomado cirurgião plástico suspeito de deformar narizes em hospitais da cidade de São Paulo afirmaram ao g1 nesta quinta-feira (4) que não tiveram alta mesmo dois anos após o procedimento estético, já que seguem em tratamento, sem acesso a um prontuário que oriente os próximos passos e sem entender exatamente como um procedimento para trazer benefícios emocionais trouxe tantos danos.

A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) já iniciaram investigações sobre Alan Landecker, especialista em rinoplastia.

O médico disse que repudia as acusações e atribui o problema ao descumprimento das orientações pelos pacientes no pós-operatório (leia a nota ao final desta reportagem).

A advogada Marília Frank no entanto, é uma das pacientes insatisfeitas do dr. Alan, que registrou boletim de ocorrência após o procedimento cirúrgico e que continua com pendências sobre o caso.

"Fiz a cirurgia em maio deste ano e, quando ele tirou o último curativo, viu que a cartilagem estava podre. Meu nariz estava estragado, eu estava toda torta e ele me mandando pra casa tomar analgésico", disse ela ao g1.

30 pacientes lesados

"Foi meu infectologista quem o convenceu sobre uma segunda cirurgia, mas ele não tirou todo o tecido morto e a infecção tomou todo o meu rosto. Sigo em tratamento com um otorrino, que fez uma terceira cirurgia e prevê mais duas, sendo uma para reconstrução da columela porque ele retalhou meu nariz, e aí, sim, uma reparadora. Quero justiça. Ele me enrolou por dois meses e a impressão é de que estava lucrando com a infecção", continuou.

Marília registrou um dos boletins de ocorrência que orientam as investigações da polícia e, assim como os cerca de 30 pacientes que integram o grupo "Pacientes do Alan" no Whatsapp, teve complicações devido a uma grave infecção bacteriana.

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Um dos casos mais graves é o do empresário Veraldino de Freitas Júnior, de 35 anos, que realizou a cirurgia com o médico em setembro de 2020 e continua com uma ferida aberta.

"No pós-operatório, meu nariz não desinchou, com o passar dos dias começou a feder, com as pessoas do meu convívio percebendo o odor insuportável, até que no 15º dia abriu uma ferida", contou ele, acrescentando que foi o início de uma saga que já lhe custou R$ 300 mil, outras três cirurgias, o uso intravenoso de antibióticos duas vezes ao dia e sua saúde emocional.