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PF cumpre novos mandados de busca e apreensão em operação que apura pirâmide financeira

PF cumpre novos mandados de busca e apreensão em operação que apura pirâmide financeira
26.11.2021     Fonte: G1

Novos mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal de Jales (SP) nesta quinta-feira (25), durante a operação Ponzi, que investiga um esquema de prática de pirâmide financeira.

Segundo a PF, a investigação apontou que o esquema movimentou mais de R$ 100 milhões nos últimos quatro anos. Três integrantes do grupo estão presos preventivamente, sendo um empresário e dois diretores de uma empresa financeira de Santa Fé do Sul.

Nesta quinta-feira, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Rubinéia e Casa Branca (SP), cidades de dois “consultores” do grupo, que faziam a captação dos recursos das vítimas.

A polícia apurou que eles ganhavam entre 5% e 10% sobre o total dos valores captados dos clientes. Os valores recebidos variavam entre R$ 100 mil e R$ 200 mil por mês.

Após uma representação da Polícia Federal, a Justiça Estadual de Santa Fé do Sul decretou o bloqueio dos bens, além dos recursos financeiros das contas dos investigados, bem como de suas empresas, que permanecem à disposição da Justiça Estadual.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos dois veículos, uma embarcação, celulares, mídias de armazenamento, computadores e documentos.

O grupo foi preso na operação Ponzi, deflagrada pela Polícia Federal de Jales no dia 11 de novembro.

A investigação apontou que o empresário Eduardo Bercelli Mendes e o diretor geral Murilo Dantas Oliveira tinham uma empresa que oferecia serviço de crédito. Eles apontavam vantagens relacionadas ao investimento de economias, com a promessa de um retorno de 6% ao mês. A empresa, contudo, não tinha meios para repassar os valores aos investidores.

Segundo o delegado da Polícia Federal de Jales, Jackson Gonçalves, a investigação começou a partir de uma denúncia de que um empresário de Santa Fé do Sul captava dinheiro do mercado e pagava juros maiores do que os oferecidos pelos bancos sociais.

“Quanto mais ele pegava o dinheiro e pagava, mais as pessoas investiam e mais propagandas eram feitas nas mídias, a ponto dele ter pagado uma matéria na Revista Forbes, como se fosse um empresário de sucesso no Brasil, bem sucedido, que andava com carros luxuosos, lanchas e aviões, e que tinha imóveis", explicou.

"Tudo isso enchia os olhos dos investidores, que achavam, cada vez mais, que aquele era o caminho certo. Com essa forma de agir, ele conseguia cada vez mais investidores.”

O delegado explica que, depois da captação dos recursos dos investidores, os juros pagos não eram com a receita dele, mas com o dinheiro de outros investidores que entravam no ciclo financeiro.

“Esse tipo de atividade é denominado como pirâmide financeira. A hora que os investidores pararem de entrar na cadeia, ela vai ruir. Aí quem entrou e pagou, não vai receber. Por isso o crime de economia popular”, afirmou.

“A quantidade de vítimas ainda não foi confirmada. Com a deflagração da operação e cumprimento das buscas, vamos analisar o material e documentação apreendidos. A partir da documentação, vamos poder chegar ao número de vítimas.”

Polícia Federal de Jales (SP) cumpriu mandados em chácara de Santa Fé do Sul (SP) de empresário preso suspeito de envolvimento em esquema de pirâmide financeira — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Prisões e apreensões

A operação foi deflagrada em Santa Fé do Sul, Santa Clara d’Oeste, Votuporanga, Bebedouro, Araçatuba, Casa Branca, Americana, Santana de Parnaíba e São Paulo.

Só em Santa Fé do Sul, os suspeitos tinham diversos empreendimentos. Entre eles um hotel em construção e um restaurante de alto padrão às margens do Rio Paraná, informou a PF.

Durante a operação, foram apreendidos oito carros de luxo, quatro embarcações, uma aeronave e uma moto aquática em imóveis que pertenciam aos suspeitos. A Justiça também bloqueou R$ 75 milhões de pessoas físicas e jurídicas ligadas à empresa.

Os presos vão ser indiciados pelos crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, estelionato, crime contra a economia popular e organização criminosa. Se condenados, as penas somadas podem chegar a 24 anos de reclusão.