Mesmo com chuvas constantes em Rio Preto, os raios ultravioleta (UV) castigam. De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), nesta semana os níveis UV devem oscilar entre 13 e 14, considerados extremos. Um cenário extremamente propício para lesões de pele que podem se tornar tumores.
Dezembro é o mês que leva a cor “laranja”, de conscientização sobre os cânceres de pele. Em dez anos, a doença provocou 372 mortes no Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Chuva, sol, sol, chuva. Assim está o tempo em Rio Preto. De acordo com o meteorologista José Carlos Figueiredo, do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet), da Unesp de Bauru, isso é normal no verão. “Estamos no nosso período chuvoso, é normal que ocorra aquecimento, que forma nuvens que precipitam em vários lugares diferentes, chuvas de verão, isoladas. É diferente de uma frente fria, que varre o Estado inteiro”, explica.
“O dia amanhece com pouca nebulosidade, dá aqueles pancadões durante o dia, o que é natural, o sol aquece bastante porque estamos no melhor ângulo para ele e à tarde chove de novo”, descreve José Carlos.
Mesmo com o tempo nublado, uma coisa não pode ser deixada de lado: o protetor solar, pois parte dos raios ultravioleta sempre consegue ultrapassar a barreira das nuvens e atingir a pele. Os mais perigosos deles, os UVA, penetram profundamente na pele, causando envelhecimento e tumores.
De acordo com o Inca, existem dois tipos de câncer de pele: o não melanoma e o melanoma. O primeiro é o mais comum entre homens e mulheres no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no País. Já o melanoma é mais grave e raro, tem início nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele e é mais comum em adultos brancos. Pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.
“Os principais fatores de risco são pele clara, exposição excessiva ao sol, ter 60 anos de idade ou mais, tabagismo, imunossupressão por doenças ou tratamentos, cicatrizes de queimaduras e inflamações crônicas da pele”, enumera a dermatologista Marcia Akashi Hernandes Dib, do Austa. “Outros fatores de risco são olhos claros, ser albino, ter vitiligo e ter histórico de doença na família.”
É essencial estar atento aos sinais de câncer de pele e visitar um dermatologista com regularidade, pois tanto o não melanoma quanto o melanoma têm cura se diagnosticados precocemente. O melanoma é mais grave porque pode se espalhar com mais facilidade para outros órgãos. As lesões podem aparecer em qualquer área do corpo, não apenas naquelas expostas ao sol. Sem tratamento, podem deixar sérias sequelas e provocar a morte. As intervenções podem ser quimioterapia, radioterapia ou cirurgias.
Dona Darlene Aparecida Barêa Fávero, professora aposentada de 82 anos, segue direitinho as recomendações. Visita semestralmente a dermatologista e agora utiliza protetor solar todos os dias. “Eu tive suspeita, mas todas as vezes deu negativo para câncer de pele. A doutora Marcia faz a retirada preventiva. Eu tenho 82 anos e não se falava em protetor solar. Fui professora a vida inteira, tinha a luz da sala, o percurso de casa até a escola.”
Sinais e prevenção
De acordo com a dermatologista Marcia Akashi Hernandes Dib, o carcinoma basocelular geralmente surge como uma bolinha ou parecendo uma espinha, já o espinocelular como uma casquinha “ardida” na face, braços ou costas. Já o melanoma é uma lesão acastanhada ou escura que geralmente muda de cor, de formato ou de tamanho e pode coçar ou sangrar. “Pode surgir a partir de uma pinta já existente ou em locais sem pintas. Assim, os sinais de alerta são quando surgem manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e também em casos de feridas que demoram para cicatrizar.”
Não existe relação entre as tatuagens e maior risco de desenvolver tumores, porém os desenhos na pele podem esconder lesões, por isso é muito importante estar bastante atento a essas áreas, alerta a especialista.
Outras formas de prevenção, além do protetor solar e idas ao médico, são usar roupas de algodão compridas (algumas têm proteção contra os raios ultravioleta), utilizar bonés e chapéus e óculos de sol com a proteção adequada e beber bastante água.
Importante lembrar que, apesar dos perigos, o sol é benéfico à saúde antes das 10h e após as 16h, por 15 a 20 minutos, pois ele é responsável pela sintetização de vitamina D no organismo. (MG)
RISCOS
Índice ultravioleta
Baixo – até 2
Nenhum perigo para a maioria das pessoas.
Utilize óculos de Sol em dias claros.
Recomenda-se o uso de proteção solar se você tiver a pele muito clara.
Tempo para a pele começar a queimar: 60 minutos
Moderado – de 3 a 5
Pequeno risco de queimadura se exposto ao Sol sem proteção.
Atenção com as crianças.
Utilize óculos de Sol e camisa UV, preferencialmente de manga longa.
Tempo para a pele começar a queimar: 45 minutos
Alto - de 6 a 7
Alto risco de queimadura se exposto ao Sol sem proteção
Utilize óculos de Sol e camisa Extreme UV de manga longa
No rosto é recomendado o uso de protetor solar
Tempo para a pele começar a queimar: 30 minutos
Muito alto - de 8 a 10
Altíssimo risco de queimadura se exposto ao Sol sem proteção
Utilize óculos de Sol e Extreme UV de manga longa
Não é recomendada a exposição ao Sol por muito tempo
Tempo para a pele começar a queimar: 15 à 25 minutos
Extremo – acima de 11
Risco extremo de queimadura. A exposição ao Sol sem proteção se torna extremamente perigosa.
Tome todas as precauções incluindo utilizar óculos de Sol e camisa Extreme UV de manga longa.
Evite o Sol principalmente perto do meio dia.
Tempo para a pele começar a queimar: 10 minuto
Como prevenir o câncer de pele
Evite exposição ao sol das 10h às 16h
Utilize protetor solar mesmo em dias nublados, pois os raios ultravioleta ultrapassam a barreira das nuvens. Atenção às pálpebras, que muitas vezes são esquecidas na hora de passar o produto
De preferência a roupas de algodão e compridas, se possível
Utilize bonés e chapéus
Não esqueça dos óculos de sol, que sempre devem ter proteção UV
Quando estiver ao ar livre, inclusive até as 10h e após as 16h, procure se abrigar na sombra
Visite um dermatologista com frequência
Fique atento ao corpo todo. Manchas ou pintas que mudam de cor ou tamanho