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Família luta até conseguir leito de UTI
O aposentado João Maurício da Silva, 82 anos, contaminado por coronavírus, estava internado desde o dia 24 de janeiro na UPA Santo Antônio, em Rio Preto. Os familiares dele foram para as redes sociais para implorar por uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na tarde desta segunda, o idoso seria transferido para a Santa Casa.
“Meu pai entrou na madrugada do dia 24 de janeiro, com quadro de pneumonia. Agravou, testou positivo para Covid no domingo. Precisou ser intubado, mas só me avisaram depois. Foi aí que a gente começou a nossa luta”, diz a filha do aposentado, Brenda Silva.
Silvana Silva, sobrinha de João, reclamou da dificuldade em conseguir um leito na rede pública, apesar da gravidade do quadro de saúde do idoso. Os familiares alegam que até chegaram a conseguir um leito na rede particular, mas não têm condições financeiras de arcar com o custo. A família afirma que o idoso está vacinado com duas doses, mas não tomou a dose de reforço.
Questionada sobre a situação, a Secretaria Municipal de Saúde disse na manhã de segunda que tentava obter uma vaga de internação para o idoso. “O paciente em questão encontra-se na Unidade de Pronto Atendimento do Santo Antônio, recebendo os cuidados médicos que o seu caso requer. Já foi regulado na central de vagas, administrada pelo governo do Estado, aguardando a liberação de uma vaga hospitalar”, fecha a nota.
Responsável por administrar as vagas de internação de coronavírus na região, a Secretaria de Estado da Saúde diz depender do surgimento de vagas.
“Cabe destacar que a transferência de um paciente não depende exclusivamente de disponibilidade de vagas, mas também de quadro clínico estável - livre de infecções, que permita o deslocamento a outro serviço de saúde para sua própria segurança”, diz trecho da nota.
O governo do Estado afirma que a Cross não nega vagas, pois é apenas um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência, funcionando 24 horas por dia. “Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso”, informa o governo estadual.
A taxa de ocupação de leitos no Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto estava em 64,1% na enfermaria e 73,4% na UTI.