logo
Banner

NOTÍCIAS

Home / Notícias / região noroeste

Alcance de mensagens em grupos de WhatsApp é mínimo, diz CEO do WhatsApp

Alcance de mensagens em grupos de WhatsApp é mínimo, diz CEO do WhatsApp
05.04.2023     Fonte: https://internetlab.org.br/pt

Entre funcionar como uma rede social para difundir conteúdo para públicos amplos, como o Facebook, ou se manter essencialmente como um aplicativo de mensagens privadas, o WhatsApp prefere a segunda opção. É isso que afirmou o seu CEO, Will Cathcart, no final de julho.

Ele respondia à crítica de que as mensagens criptografadas do aplicativo teriam um grau de proteção muito alto, quando se considera que o WhatsApp não serve só para mandar mensagens de pessoa para pessoa, mas também para replicar uma mesma mensagem, em grandes grupos ou de forma privada para várias pessoas de uma vez.

Esse é um dos temas em debate neste momento, em torno da “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet”, conhecido como PL das Fake News. Entre várias propostas, o PL, que foi aprovado no Senado e neste momento está sendo debatido na Câmara dos Deputados, inclui uma medida que pretende tornar possível identificar a origem de uma mensagem que acaba viralizando. O InternetLab lançou, no início de agosto, um relatório sobre os riscos que a medida poderia trazer à privacidade, com entrevistas de cinco especialistas.

Para Cathcart, a preocupação com desinformação é “real e legítima”, mas a solução sugerida é “bastante assustadora”. Ela ameaçaria a privacidade do usuário, e se basearia na ideia de que, “se a polícia pensa que alguém encaminhou alguma coisa falsa, ela deveria poder rastrear as pessoas que a compartilharam e falar com elas”, diz o executivo.

Cathcart reconheceu que, “mesmo que o WhatsApp tenha sido projetado como aplicativo de mensagens privadas, algumas de suas funcionalidades podem fazer com que seja mais utilizado como aplicativo de difusão” em massa.  Argumentou, assim, que a empresa tem dado uma resposta, alterando o aplicativo de forma a reduzir o alcance das mensagens. “A grande maioria das mensagens é de pessoa para pessoa, e nossa solução é dizer ‘nós deveríamos mudar as funcionalidades’, esse deveria ser um aplicativo de mensagens privadas”, disse.

Segundo o executivo, após as eleições de 2018, passou a ser possível mandar somente “uma mensagem uma vez para cinco chats de mensagens, ao invés de ilimitadamente”. Outro limite é o fato de grupos poderem possuir apenas 256 membros, argumenta.

Ele também afirmou que, em resposta à crise do coronavírus, o WhatsApp fez uma nova alteração entre abril e maio. Agora, se alguém encaminha uma mensagem mais de cinco vezes, não é mais possível usar a funcionalidade de encaminhamento rápido. “Você tem que encaminhar para uma pessoa por vez.”

A conversa ocorreu por videoconferência, como parte do RightsCon, conferência que discute anualmente a intersecção entre direitos humanos e tecnologia.

Além do PL das Fake News brasileiro, Cathcart falou sobre o aumento das interações digitais durante a pandemia do novo coronavírus, a espionagem por parte de governos e empresas ao redor do mundo; respondeu também a perguntas sobre coleta de dados em novas funcionalidades e em relação ao Facebook, e sobre a necessidade de transparência de aplicativos como WhatsApp por meio da abertura do código (software livre). Veja abaixo a transcrição da conversa, que pode ser assistida na íntegra em inglês aqui: