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Direção de escola em Votuporanga é afastada após aluno autista sofrer abuso dentro de banheiro
A Secretaria de Estado da Educação afastou os integrantes da direção de escola estadual de Votuporanga, onde um aluno autista teria sido estuprado por outros estudantes. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade. Também foi aberta uma apuração interna pela pasta estadual.
Segundo a polícia, o abuso sexual teria ocorrido em 26 de setembro deste ano, no período de aulas da Escola Estadual José Manoel Lobo. A vítima teria sido levada para um banheiro por outros adolescentes, que cometeram e filmaram o abuso.
A criança teria contado para a mãe o abuso sofrido, que imediatamente procurou a Polícia Civil para denunciar o caso. Ao ser comunicada da suspeita de abuso, a direção do estabelecimento de ensino estadual, depois da identificação de todos os alunos envolvidos, determinou o afastamento temporário deles da sala de aula até a conclusão das investigações.
Por meio de nota, a pasta estadual manifestou “repúdio contra toda e qualquer forma de abuso, violência e importunação sexual”. Além disso, informou que o caso também está sendo apurado pela Diretoria de Ensino de Votuporanga. Caso os funcionários da escola sejam responsabilizados, eles serão alvos de sanções administrativas.
Os pais do estudantes envolvidos foram convocados para reunião na diretoria de ensino e o caso foi inserido no Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP).
“A Seduc-SP vai intensificar ações de inclusão e mediação com os estudantes e equipe escolar. O aluno poderá realizar atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação, se autorizado por seus responsáveis. A pasta e a DE Votuporanga seguem à disposição das autoridades e comunidade para mais esclarecimentos”, informou o governo estadual.
Responsável pela investigação, a delegada de polícia Maria Letícia Negreli diz que foi aberto sindicância administrativa na DDM de Votuporanga para apurar o caso. “Já foram colhidos depoimento da mãe da vítima, dos outros estudantes envolvidos, acompanhados de seus responsáveis, funcionários e direção da escola, cada um com a sua versão. Também conseguimos cópias das imagens internas de monitoramento, que vão passar por perícia e nossa análise para verificar o que de fato foi registrado”, diz a delegada.
Como há suspeita de que o abuso sexual teria sido filmado, os celulares dos adolescentes envolvidos foram apreendidos para serem periciados. Mesmo que tenham deletado as imagens, o Instituto de Criminalística tem condições de fazer a recuperação.
A delegada Maria Letícia afirma que, caso fique comprovado o abuso contra o estudante, os alunos envolvidos ficam sujeito a punições que vão desde medidas socioeducativas até a internação provisória na Fundação Casa, conforme critério da Vara da Infância e da Juventude de Votuporanga.