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Com lápis de cor, papel e solidariedade, alunos do interior de SP escrevem cartas para crianças do RS: ´Nos importamos com eles´
“Sensibilidade, empatia e solidariedade”. Essas foram as palavras escolhidas pela professora de uma escola municipal de Mirassol, no interior de São Paulo, para definir a atividade proposta aos alunos: escrever cartinhas para as crianças vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Munidos de lápis de cor, papel, adesivos e doses de generosidade e compaixão, as crianças escreveram mensagens de apoio, força, conforto e esperança aos gaúchos que foram castigados pelas chuvas.
Além da perda de bens materiais, o desastre provocou a morte de 161 pessoas, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil divulgado na terça-feira (21). No total, o Rio Grande do Sul tem 654 mil pessoas fora de suas casas.
Vídeos feitos dentro da escola mostram os alunos empenhados em enviar tanto as cartas, como chocolates e produtos de higiene às crianças no Sul. As doações foram recolhidas pelo Fundo Social de Solidariedade de Mirassol na terça-feira.
Em depoimento ao g1, os alunos Elora Leva Castilho, Asafe Alan Lopes da Silva e Valentina Valéria de Almeida Santos expressam o desejo de que a situação da região Sul melhore o mais rápido possível e que as famílias atingidas fiquem bem.
"Eu acho que eles vão gostar, porque eles perderam tudo. Eles vão saber que de uma cidade tão longe a gente se importou com eles”, diz Elora.
“Crianças do Rio Grande do Sul, eu espero que vocês fiquem bem, com uma boa saúde, tenham uma casa. Espero que vocês gostem das cartas que nós fizemos para vocês”, acrescenta Asefe.
“Eu fiquei muito feliz em ajudar as crianças do Rio Grande do Sul. Nós estamos muito longe deles, mas acho que eles vão ficar bem felizes”, conclui Valentina.
Ao g1, a professora do 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Profa Bartyra de Aquino Noronha, que propôs a atividade aos alunos, Andréa Petit, de 48 anos, contou que as cartinhas a comoveram por possuírem um valor que vai além das palavras de apoio.
“As cartas representam um gesto de compaixão, empatia e esperança que pode ter um impacto significativo na vida dessas crianças que estão passando por um momento tão difícil. Penso que tenham sentido gratidão ao refletir sobre suas próprias vidas, por tudo que têm”, comenta a professora.
A ideia surgiu durante uma aula ministrada pela professora, sobre a situação vivida pela população. Inicialmente, apenas participaram os 20 alunos da turma. Contudo, durante a elaboração, convidaram outra turma do 2º ano para desenvolver o trabalho e aumentar a quantidade de mensagens.
“O que me surpreendeu foi a motivação deles em participar, porque tiveram a oportunidade de se expressar e pensar de forma criativa e solidária”, reflete a professora.
Conforme a diretora da escola, Gildete Lopes Vieira Martins, foi um momento de muita emoção. Repletas de desenhos coloridos, palavras de apoio e mensagens de forças, as cartinhas receberam ainda, conforme ela, beijinhos dados pelos alunos.
“Olha quanto amor, quanto ensinamento e aprendizado eles tiveram, mediante a atividade que pareceu simples, mas foi de muita emoção dentro da escola”, finaliza a diretora.