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Médica do interior de SP desenvolve aplicativo para acompanhar grávidas com diabetes

Médica do interior de SP desenvolve aplicativo para acompanhar grávidas com diabetes
06.07.2024     Fonte: G1

Uma médica desenvolveu um aplicativo para acompanhar grávidas que estão em tratamento contra diabetes no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto (SP).

A diabetes gestacional é uma doença metabólica exclusiva da gestação que ocorre devido ao aumento da resistência à insulina, causada pelos hormônios durante o período, e pode gerar um aumento do açúcar no sangue. As complicações obstétricas variam desde parto prematuro até pré-eclâmpsia.

A prevalência, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, é de 18% no Brasil, e varia conforme as regiões. No ano passado, foram registradas 13.019 internações de gestantes com diabetes no estado de São Paulo, número quase 20% superior ao de 2022, com 11.224 internações.

Neste ano, de janeiro a março, mais de três mil grávidas precisaram de internação, com pouco mais de 1,1 mil procedimentos clínicos ambulatoriais. Os números do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) refletem essa realidade e mostram um crescimento preocupante.

Em 2021, o hospital atendeu 71 gestantes que foram acompanhadas por médicos durante a gravidez. No ano passado, foram 121 pacientes, um aumento de 70%. A explicação para essa estatística está diretamente ligada ao estilo de vida sedentário e alimentação inadequada.

A médica ginecologista e obstetra Vanessa Vigna Goulart, responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, explica que o sistema de saúde deve tratar essa doença como prioridade. O aplicativo começou a funcionar neste mês para acompanhar as grávidas que fazem tratamento no hospital.

A ferramenta alia a inteligência artificial, os cuidados com a saúde e o acompanhamento dessas mulheres, que precisam, em um curto período, alterar hábitos e alimentação. Por isso, faz o envio de mensagens diárias educativas sobre automonitoramento e uso de insulina.

“Para o bebê a gente tem consequências a curto, médio e longo prazo. Exposto a esse nível de açúcar, ele vai ficar com peso elevado, vai ter o funcionamento metabólico elevado, o que vai trazer maior necessidade de internação em UTI. Na vida adulta, tem aumento de risco de desenvolver hipertensão”, explica a médica.

As informações anexadas no aplicativo pelas gestantes são enviadas aos computadores do HCM para que a equipe perceba qual paciente precisa de uma intervenção clínica mais rápida. O serviço abrange 104 municípios no noroeste de SP atendidos pelo hospital.

Diabéticas na gestação

A diabete na gestação é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença no futuro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quase 250 milhões de pessoas têm diabetes. Com o crescimento no número, a instituição já classifica a doença como epidemia mundial.

A consultora de mídia Marina Norma descobriu a diabetes gestacional no quinto mês da gravidez. Ela estava à espera do primeiro filho, Antônio. Depois do diagnóstico, precisou mudar a alimentação radicalmente e incluiu exercícios físicos na rotina.

“Troquei toda a minha alimentação para salada, frutas. Coloquei a hidroterapia e a caminhada, para que não agrave essa situação”, comenta Marina.

A mulher faz o teste de glicemia quatro vezes por dia. Como tem pais diabéticos, a genética pode ter influenciado no desenvolvimento da doença. Conforme a médica endocrinologista, Mariana Azevedo Mendes, a vida saudável é determinante para evitar a doença.

“A gente consegue prevenir a diabetes gestacional mantendo o peso ideal, mudando hábitos alimentares. Se soubermos fazer isso corretamente, a chance de desenvolver vai ser menor”, informou a médica.

A chegada da filha mais nova trouxe alívio para o coração da influenciadora e pedagoga Deborah Martins, que teve diabetes gestacional. Durante toda a gravidez, a mulher se preocupava com a possibilidade de a doença afetar o bebê, o que não ocorreu.

Segundo a pedagoga, a descoberta da diabetes surgiu após fazer o exame de pré-natal. Na ocasião, a principal recomendação médica foi a mudança de hábitos, alimentação mais saudável e atividades físicas - além da insulina.

“A gente teve que entrar com insulina quatro vezes por dia, que foi o único jeito que eu consegui regularizar”, lembra Deborah.