Um levantamento feito pelo InfoSiga (sistema de dados gerenciado pelo programa respeito à vida do Detran-SP) revelou que São José do Rio Preto (SP) é a 4ª cidade paulista com mais mortes no trânsito. Os números são referentes ao período de 12 meses, ou seja, entre julho de 2023 e julho de 2024.
Durante a pesquisa, foram considerados somente os óbitos dentro da cidade e no perímetro urbano das rodovias municipais, estaduais e federais, como a BR 153.
O cálculo é feito baseado na taxa de mortalidade no trânsito, para cada 100 mil habitantes.
No primeiro semestre de 2023, foram 20 óbitos; em 2024, foram 31 mortes. Esses números representam um crescimento de 55% em apenas 12 meses.
Já em comparação aos acidentes, as estatísticas tiveram queda de 7%. No primeiro semestre de 2023, foram 1.756 ocorrências; no mesmo período de 2024, foram 1.629.
Cristiano Vieira, tenente da Polícia Militar, diz que apesar dos números de acidentes terem redução nos últimos meses, as mortes aumentaram e isso é um indício da gravidade do problema.
"Com aumento de mortes, vem também o aumento da gravidade desses acidentes. Então, a gente fica com um certo temor com os números" , conta.
Além disso, o tenente ressalta a importância dos motoristas terem atenção redobrada durante a condução do veículo.
"Na hora de dirigir não é para usar celular e caso a pessoa tenha ingerido álcool, ela deve ter consciência de não dirigir nessa hora", conta.
Vítima do transito
Um motociclista, de 35 anos, morreu atropelado por uma caminhonete na Avenida Ernani Pires Domingues, em Rio Preto, no dia 19 de junho. Conforme o boletim de ocorrência, o condutor do veículo fugiu após deixar uma mulher, que estava com ele, no local do acidente.
Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito fez uma conversão na via, em seguida atingiu o pedreiro Cleison dos Santos Fialho que seguia de moto no mesmo sentido. A vítima chegou a ser socorrida, mas morreu dentro da ambulância de resgate.
A perícia foi acionada e a motocicleta apreendida. O corpo de Cleison foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para exame necroscópico. Ele foi velado no estado do Ceará, onde nasceu.
A ocorrência foi registrada como homicídio culposo na direção do veículo automotor, fuga do local do acidente e omissão de socorro.
Em entrevista à TV TEM, a mulher da vítima, Keilia Cristhinia Pinheiro, falou sobre a indignação e a dor da perda por conta da imprudência e da violência no trânsito.
"Não pode sair andando de qualquer jeito, você vai e acaba matando um pai de família. Que não aconteça com outras pessoas o que está acontecendo comigo e, meu filho, que não pode estar mais com o pai", conta.
O filho do casal tem apenas seis anos e Keilia diz que ele pergunta todos os dias pelo pai. A criança que saber o que motivou o sumiço de Cleison, já que eles tinham contato muito próximo. Para ela, o grande desafio é fazer com que a criança compreenda a situação e se sinta amparada e acolhida.