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Médica que morreu em queda de avião em Vinhedo vai ser velada e enterrada em Fernandópolis

Médica que morreu em queda de avião em Vinhedo vai ser velada e enterrada em Fernandópolis
13.08.2024     Fonte: G1

A médica Arianne Albuquerque Estevan Risso, que estava no avião que saiu de Cascavel (PR) e caiu em um condomínio em Vinhedo (SP), vai ser velada e enterrada em Fernandópolis (SP). O acidente ocorreu na tarde de sexta-feira (9).

Arianne, natural de Cuiabá (MT), de 34 anos, é uma das 62 vítimas do acidente aéreo. No dia da tragédia, ela seguia para São Paulo junto com outros médicos para participar de um congresso.

A médica vai ser velada na sexta-feira (16), a partir das 13h na Igreja Batista. O sepultamento será no dia seguinte, sábado (17), às 15h no Cemitério Municipal.

Em 2015, a mulher se formou na graduação na Universidade Brasil em Fernandópolis, onde também trabalhou entre 2019 e 2020 no Programa Saúde da Família, voltado para atendimento aos moradores do bairro Brasilândia.

Sonho de ser oncologista

Em Fernandópolis, a médica conheceu o marido e teólogo Leonardo Risso da Silva, de 30 anos. Ao g1, ele contou que, para concretizar o sonho de ser oncologista, Arianne se mudou para o sul do país, onde fazia residência no Hospital do Câncer Uopeccan, em Cascavel, desde 2023.

"Nós, há alguns anos, fomos em busca desse sonho dela, por isso nós saímos do interior de São Paulo e nos mudamos para o sul do país. A Arianne era a pessoa mais amável que eu conheci. Era literalmente vocacionada a cuidar de pessoas", comenta o marido.

 

Leonardo soube do acidente quando estava no trabalho. Segundo ele, uma amiga de Arianne ligou avisando. Assim que se deu conta, o teólogo ligou desesperado para o pai informando que havia embarcado a esposa no avião.

"Ela era uma pessoa que este mundo injusto não era digno de ter. A pessoa mais doce, mais amável que eu conheci na vida. Meu eterno amor", lamenta Leonardo.

Filha única

Arianne era filha única da empresária Fátima Albuquerque, de 68 anos. À reportagem, a mãe destacou que a mulher sonhava em ser médica desde os nove anos. Por isso, estudou até o ensino médio em Fortaleza (CE) e, depois, se mudou para o interior de São Paulo para cursar a graduação.

Fátima conta que se mudou de volta para Fortaleza há quatro anos, para cuidar da mãe, e sonhava com o momento em que voltaria a morar próximo da filha. A família embarcou para São Paulo para fazer a liberação do corpo.

"Ela era gigante, nasceu para ser médica, abdicou de tudo. Eu estou dilacerada, morri junto. Arianne era expressão de amor. Quem tem a filha que eu tenho tem tudo. Quero que ela seja exemplo para outros médicos, para que sejam tão humanos assim como ela foi", ressalta a mãe.

Lamenta morte

 

O prefeito de Fernandópolis e o Hospital do Câncer de Cascavel lamentaram a morte da médica. Nas redes sociais, André Pessuto publicou um voto de pesar.

"Quero expressar a minha profunda tristeza e solidariedade à família da médica, Dra. Arianne Risso, vítima do acidente aéreo ocorrido na tarde desta sexta-feira, 09, em Vinhedo-SP. Dra. Arianne trabalhou até meados de 2020 na UBS da Brasilândia, no programa Saúde da Família. Era muito querida por todos. Meu carinho e orações neste momento de dor", escreveu o prefeito.

Já a instituição destacou a atuação das duas profissionais que estavam no avião, Arianne e Mariana Comiran Belim, bem como agradeceu o trabalho que elas prestaram aos pacientes do hospital.

"Profissionais competentes e que encontraram na Uopeccan a realização de um sonho: salvar vidas. Médicas humanas, que atendiam todos os pacientes com muita dedicação, carinho e respeito. Não é à toa que eram recorrentes os elogios às duas em nossas ouvidorias. Era muito nítido o amor que ambas tinham pela profissão. Agora, só nos resta a saudade e lembranças de duas jovens médicas que partiram cedo demais", afirmou a instituição por meio de nota.

A queda

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas, a partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda do contato radar ocorreu às 13h22.

A aeronave caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, e pertence à companhia aérea Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. De acordo com a empresa, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72.

O avião saiu de Cascavel às 11h46 e pousaria em Guarulhos. A Polícia Federal e a Polícia Civil também investigam separadamente as causas e responsabilidades pelo acidente. O Ministério Público (MP) acompanha as investigações. A companhia aérea afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições.

Em nota, a Voepass disse priorizar "prestar irrestrita assistência às famílias das vítimas" e que colabora com as autoridades para apuração das causas do acidente. Segundo a empresa, a aeronave decolou de Cascavel sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a aeronave foi fabricada em 2010 e estava em condição regular para operar, com certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos. De acordo com a agência, os quatro tripulantes estavam devidamente licenciados e com as habilitações válidas.

"A Anac continua monitorando a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa. Além disso, a agência segue no acompanhamento dos desdobramentos das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa)", diz o comunicado.

A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o acidente. A FAB confirmou ter encontrado as caixas-pretas, que foram abertas. Elas foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, em Brasília (DF), na manhã de sábado (10).

A previsão é que o relatório de dados das caixas pretas seja concluído em até 30 dias.