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Cadelinha em cadeira de rodas visita pacientes e vira mascote da AACD

 Um time de voluntários trabalha diariamente na Associação de Assistência à Criança Deficiente de São José do Rio Preto (SP) para ajudar no tratamento de 2 mil pacientes que tentam se recuperar de alguma deficiência. Uma voluntária é especial e ganha atenção principalmente da garotada: a cachorrinha Yuse, da raça spitz alemã. Ela tem 6 anos e, assim como grande parte dos pacientes, vive em uma cadeira de rodas.
Todas as quintas-feiras, durante uma hora, a cadela, que tem paralisia nas patas traseiras, vai com sua dona, a veterinária Francielly Arenázio, 23 anos, acompanhar o tratamento das crianças na AACD.
Com essa visita para lá de especial, que começou há um mês, a dona de casa Valéria Martins Garcia, 32 anos, não precisa mais “ficar no pé” da filha Emanuela Martins Garcia, de 3 anos, para ir às sessões de fisioterapia na AACD por causa de uma paralisia no lado esquerdo do corpo. “Lembro que vai ter a visita da Yuse durante o atendimento e ela já se anima na hora. No caminho, ela já vem perguntando quando vai poder brincar com a Yuse”, afirma a mãe. A irmã de Emanuela, Gabriela Martins Garcia, 9 anos, também não resiste em fazer carinho e brincar com a cachorrinha. “Ela é muito engraçadinha”, diz Gabriela.
A dona de casa Aparecida Donizetti Sampaio Matos, que é avó do pequeno Luiz Miguel Matos Teixeira, de 3 anos, afirma que o neto é privilegiado porque os horários de atendimentos dele na instituição coincidem com os de visita da cachorrinha. “Ele traz um monte de brinquedos para brincar com a cachorrinha. O Miguel adora animais, temos até uma gatinha, a Baby, por causa dele”, afirma a avó, que elogia o trabalho da veterinária. “É um exemplo. A cachorra não viria sozinha sem ela. Então, tem de ter tempo, paciência e amor para se dedicar a este trabalho voluntário”, afirma a dona de casa. Miguel teve má formação durante a gestação e há um ano frequenta a AACD de Rio Preto.
A veterinária e dona da Yuse, diz que o animal, que faz tratamento para voltar a andar sem o auxílio da cadeira de rodas, foi adotado há apenas três meses por ela. “Faço pós-graduação em Botucatu (SP). Foi lá que conheci a veterinária que cuidava de Yuse, que morava em Belo Horizonte. Um dia ela falou que a dona não conseguia mais dar atenção ao animal e foi quando resolvi adotá-la”, disse Emanuela, que tem mais oito animais entre sua casa e no sítio.
"As visitas fazem bem para os pacientes, para Yuse e com certeza para mim. Fico feliz em ver o olhar de alegria de cada criança para ela”, disse a veterinária. A cachorrinha faz tratamento três vezes por semana em uma clínica de reabilitação. São sessões de acupuntura, laserterapia para a coluna, eletroterapia para o fortalecimento dos músculos e magnetoterapia para relaxar a musculatura. Isso sem contar que pratica natação e esteira aquática.
De acordo com o gerente da AACD de Rio Preto, Aluizio Achcar, o fato da cachorrinha ser voluntária já é inovador, mas o que a aproxima ainda mais das crianças é por estar em uma cadeira de rodas. "Existe uma identificação. Como se ambos entendessem sobre este sofrimento. Yuse é muito dócil, afetiva e adora ficar no colo das crianças. É uma festa não só para os pacientes, mas para os pais, funcionários e outros voluntários", disse ele.