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Justiça arquiva investigação contra aposentado que foi imobilizado por policial após suspeita de furto de celular em padaria
A Justiça determinou o arquivamento do inquérito que investigava um aposentado suspeito de furtar um celular em uma padaria na Avenida Amadeu Bizelli em Fernandópolis (SP). O idoso foi imobilizado por um policial à paisana. O caso ocorreu no dia 22 de outubro de 2024 e a sentença foi emitida no dia 6 de junho deste ano.
Na ocasião, o idoso de 79 anos entrou no comércio para comprar cigarros e, no momento do pagamento, pegou um celular que estava sobre o balcão e colocou no bolso. Em seguida, se sentou no banco da praça localizada em frente à padaria.
O celular era da funcionária do caixa. Ao notar o desaparecimento, ela e o marido, que é capitão da Polícia Militar, visualizaram as imagens de câmera de segurança que identificavam o aposentado.
O capitão, sem trajes formais, abordou o homem e encontrou o celular no bolso dele. Diante disso, o imobilizou com o peso do corpo e uma “chave de braço”. A ação foi filmada por pedestres. O aposentado foi levado à delegacia, algemado, onde pagou fiança de R$ 1,4 mil e foi liberado.
O advogado de defesa da vítima, Rafael de Paula Campos, enviou um mandado de segurança e conseguiu que o pagamento da fiança fosse anulado e o valor da fiança devolvido à família.
A decisão do arquivamento do inquérito, que acolheu um pedido do Ministério Público, foi tomada pelo juiz Eduardo Luiz de Abreu Costa. Conforme o MP, a ausência de comportamento furtivo, a idade avançada e os relatos médicos sobre problemas cognitivos e de memória, justificam a confusão entre os aparelhos semelhantes.
O MP destaca ainda que o fato do aposentado não ter tentado fugir do local e ter permanecido em um banco próximo é incompatível com a conduta do furto.
“O fato de o investigado não ter se evadido do local e ter permanecido de forma tranquila em um banco próximo ao local dos fatos é incompatível com o agir doloso. A conduta observada é inteiramente compatível com alguém que sequer percebia estar em posse de objeto alheio”, escreveu o MP.
O g1 questionou a assessoria de imprensa da PM sobre a conduta do policial à paisana, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.