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Falta de sinalização de ruas cria transtornos no noroeste paulista

 Encontrar um endereço em algumas cidades da região noroeste paulista acaba sendo um desafio. Isso porque muitas ruas estão sem placas. Outras até têm, mas em péssimo estado de conservação e é impossível ler o que está escrito. No centro da maioria das cidades, avenidas bem sinalizadas, placas novas, mas basta ir para os bairros mais afastados que o problema é notado facilmente.
No Jardim Nunes, em São José do Rio Preto (SP), a situação está assim, nos postes apenas o sinal de onde ficava a placa que dava o nome da avenida. Em outros lugares quando existe a placa, ela está caída, com letras apagadas.
A dona de casa Aparecida Maria Risso mora há 15 anos no bairro e diz que na maior parte do tempo sempre teve problemas com a sinalização. Ela fala que basta ficar um tempo do lado de fora da casa para passar alguém pedindo informação. “As placas foram deteriorando, placas caindo, e não foi feita esta manutenção, não foi feita esta troca”, afirma a dona de casa.
O problema gera uma série de transtornos. Quem precisa das placas para trabalhar acaba muitas vezes se perdendo, como mototaxistas. Os moradores também sofrem com correspondências e encomendas que nunca chegam.
Segundo o levantamento do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pelo menos 20% das ruas da cidade estão nessa situação. Quem precisa da informação do nome de rua e avenidas para se localizar fica perdido. É o caso do mototaxista que anda por toda Rio Preto. “Tem que sempre olhar no mapa, ou então ir pelo GPS, mas nem todas as motos têm este aparelho, então isso acaba demorando o serviço”, diz o mototaxista Wanderlei Fernandes.
Para os carteiros, a situação é a mesma. “Para nós, é ruim porque aumenta o número de incidência de cartas erradas, e quando troca o carteiro de setor fica mais difícil ainda, ele tem de conhecer as residências pelo nome da pessoa”, diz o secretário geral do Sindicato dos Carteiros, Sérgio Luiz Pimenta.
Na região noroeste paulista todas as cidades têm problemas com sinalização, segundo o IBGE. Em algumas, como Uchoa (SP), a falta de placas nas ruas e avenidas atinge mais de 72% dos endereços. Quando existe a placa as informações estão pela metade.
Na região noroeste do estado, Ipiguá (SP) é a primeira do ranking. A cidade tem mais de 73% das ruas sem placas com os nomes das avenidas e ruas. Nova Granada (SP), Bady Bassitt (SP) e Mirassol (SP) o problema atinge mais de 50% das ruas.
A prefeitura de Mirassol informou que está concluindo o projeto técnico para implantação das placas. Em Rio Preto, a Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo vai fazer um levantamento de todas as ruas que estão sem identificação para providenciar a instalação das placas.
O diretor de obras de Uchoa disse que está tomando as providências para colocar as placas que faltam, mas não deu prazo para o início do trabalho. O vice-prefeito de Ipiguá confirmou que os bairros mais novos ainda estão com ruas sem identificação, mas que na região central o problema já foi resolvido. A chefe de gabinete de Bady Bassit informou que placas estão sendo colocadas em alguns bairros.
A assessoria de comunicação de Nova Granada disse que não é responsabilidade da prefeitura a colocação das placas e afirmou também: que uma empresa particular está vendendo as placas com os nomes das ruas. Quem paga são os moradores e os donos de empresas. Mas não é isso que diz o Ministério Público. Segundo a promotoria, a sinalização é responsabilidade da prefeitura.