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Após quase um mês internado com Covid, menino de 7 anos comemora alta; ´Nunca imaginei isso´, diz mãe

Após quase um mês internado com Covid, menino de 7 anos comemora alta; ´Nunca imaginei isso´, diz mãe
30.03.2021     Fonte: G1

Depois de ser infectado pelo novo coronavírus e ficar 21 dias internado em um hospital particular de Catanduva (SP), o pequeno Luan Almeida de Queiroz, de 7 anos, retornou para a casa da família e pôde assistir novamente aos desenhos que tanto gosta.

Portador de anemia falciforme, doença hereditária caracterizada pela produção de glóbulos vermelhos anormais, o menino ficou em estado grave, teve pneumonia bilateral e precisou ser intubado.

A mãe da criança, Gilsilene Almeida Lisboa Queiroz, conta que o filho único começou a sentir os primeiros sintomas associados à Covid-19 no começo de março.

Luan Almeida de Queiroz prestes a receber alta em hospital de Catanduva — Foto: Divulgação/Hospital Unimed São Domingos

“Teve dor de cabeça e febre. Quando ele começou a sentir dor nas costas, precisamos levá-lo ao hospital. Fizeram exame e decidiram interná-lo no 7 de março”, diz Gilsilene Queiroz.

Enquanto estava no hospital, Luan sofreu complicações provocadas pela doença e desenvolveu uma pneumonia bilateral bacteriana.

“Entrei em desespero quando meu filho foi intubado por 24 horas. Fiquei muito abalada com tudo. Ele ficou muito ruim. Precisaram drenar secreções dos pulmões dele. Mas acabei me apegando muito a Deus. Ele acordou no dia seguinte me chamando. Fiquei muito feliz”, afirma a mãe.

Luan Almeida de Queiroz ao lado da mãe em hospital de Catanduva — Foto: Divulgação/do Hospital Unimed São Domingos (HUSD)

Gilsilene e o marido também testaram positivo para Covid-19. Porém, somente Luan precisou de atendimento médico e internação, o que surpreendeu e preocupou muito a família.

“Como as pessoas falam que é difícil pegar em criança, nunca imaginei passar por isso. Foi um susto muito grande para nós vê-lo internado. Mesmo tomando os cuidados, não teve jeito. Ele acabou pegando”, relata a mãe.

Ao todo, Luan permaneceu internado 16 dias na Unidade Respiratória do Hospital Unimed São Domingos (HUSD). Em seguida, ele foi levado para a pediatria e recebeu alta no último sábado (27).

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“Às mães que estão enfrentando o mesmo problema, quero dizer que os momentos difíceis vão passar. Precisamos tomar cuidado e fazer nossa parte. A doença realmente existe e é complicada”, diz Gilsilene.

Por conta das complicações que sofreu e da anemia falciforme, o pequeno ainda vai precisar de acompanhamento médico. No entanto, a mãe garante que o pior já passou.

“Ele tinha muita vontade de voltar para casa, comer minha comida e assistir televisão. Ele é nossa maior alegria. Agora meu filho vai passar por uma hematologista para fazer acompanhamento”, conta Gilsilene.

Gilsilene Almeida Lisboa Queiroz e Luan Almeida de Queiroz em hospital de Catanduva — Foto: Divulgação/Hospital Unimed São Domingos (HUSD)

Tratamento médico

O médico pediatra do Hospital Unimed São Domingos Renato Lorezon diz que a equipe que cuidou do tratamento de Luan teve medo de perder o menino para a doença.

“Foi uma luta diária. Não foi somente eu quem cuidou dele, foi toda uma equipe que deu auxilio. Ele passou pelo fio da navalha, sim. O Luan está bem, mas teve momento que precisamos nos segurar ao falar com a mãe. Precisávamos passar confiança para mãe, mas tínhamos medo de perdê-lo, sim”, disse.

Renato Lorezon afirma que qualquer infecção pode levar um paciente com anemia falciforme a descompensar.

“Como a hemoglobina tem um defeito, a hemácia dele, em momentos de estresse, se destroem mais fácil. O Luan teve uma grande piora, dispneia e recrudescimento da febre. Ele também estava com bastante secreção no pulmão”, conta.

Luan Almeida de Queiroz recebendo alta em hospital de Catanduva — Foto: Divulgação/Hospital Unimed São Domingos (HUSD)

O médico pediatra também conta que, comparado com o início da pandemia, ocorre aumento no caso de crianças infectadas pela Covid-19.

“A preocupação maior, apesar da grande maioria evoluir bem, é que crianças com doenças de base têm quadros que complicam mais. Tivemos recentemente um paciente com Síndrome de Down que complicou bastante”, conta.

“As crianças que evoluem bem acabam levando para casa. Então, pode ser um fator de disseminação na família. Temos que reforçar. Vemos crianças em supermercados. Vamos tentar evitar expor as crianças. Precisamos ensiná-las”, complementa.