Começou no início da tarde desta segunda-feira (25) a retirada dos vagões que invadiram residências após descarrilar na área urbana de São José do Rio Preto (SP) na tarde de domingo (24). A composição, formada por nove vagões carregados com quase 1000 toneladas de milho, saiu dos trilhos e atingiu duas casas que ficam ao lado da linha. Cinco casas foram interditadas no entorno do local.
A possibilidade de ter novas vítimas fez com que a operação fosse feita usando guinchos, içando os vagões para fora do local. A retirada da carga de milho que ficou espalhada durou toda a manhã. Cada vagão transportava cerca de 200 toneladas de milho. Dezenas de máquinas retroescavadeiras trabalham no local para fazer a remoção. Os Bombeiros não descartam a existência de outras vítimas, já que testemunhas afirmaram que no momento do acidente uma moto passava pelo local.
Vítimas
Cinco vítimas continuam internadas. Um homem, de 59 anos, foi atendido na UBS do Jaguaré, ficou seis horas em observação e teve alta. Duas vítimas, de 78 e 32 anos, foram levadas para o Hospital de Base. A idosa teve um corte na orelha esquerda, mãos e pernas machucadas, mas sem gravidade. Ela está consciente e estável, sem risco de morte, e continua internada na emergência. A mulher de 32 anos teve fratura exposta e ferimentos em braços e pernas. Ela passou por cirurgia, está estável, consciente e sem risco de morte e ficará internada para observação.
Dois homens, de 44 anos, foram levados à Santa Casa. Um deles teve politrauma e o estado de saúde dele é estável. O outro, sofreu traumas na face e no torax e também não corre risco de morrer. Os dois permanecem internados.
Duas crianças foram socorridas ao Hospital da Criança. Um delas, de 7 anos, foi atendida e liberada durante a madrugada sem ferimentos. Já as duas meninas, de 10 anos, realizou exames, foi medicada e permanece em observação. Uma terceira criança, de 10 anos, filha do casal morto no acidente, foi socorrida por meios próprios e não há informações sobre o estado de saúde dela.
Mortos no acidente
No acidente, oito pessoas morrerram: Graziela Joaquim dos Santos, 27 anos, grávida de três meses; o filho de Graziela, Kauan dos Santos Almeida, 6 anos; Francisco, de 30 anos, sem sobrenome confirmado, noivo de Graziela; Rafaela dos Santos Barcelos, 2 anos; mãe e filha Paula Ramos Cardoso da Silva, 36 anos e Amanda Cardoso da Silva, 16 anos; o casal Denise da Cruz Flora, 33 anos e Valdemar Dias da Silva Filho, 41 anos.
Causas do acidente
Segundo o delegado Marcelo Goulart da Silva, alguns moradores afirmaram que o maquinista estaria em alta velocidade. Um engenheiro da ALL, empresa reponsável pelo trem, nega a informação. No local, região de perímetro urbano, a velocidade máxima na linha férrea é de 40 km/h. O maquinista foi levado para a delegacia para prestar depoimento.
Um morador disse que viu o momento em que o trem descarrilou. "Ele começou a fazer barulho como se estivesse andando na pedra. De repente ele ´bambeou´ pros dois lados, torceu pra esquerda, vindo muito rápido, ´deitou´ e veio arrastando no chão", afirma o vendedor Sérgio Ricardo Ferreira.
A ALL disse que "a concessionária responsável pela operação no trecho lamenta profundamente a fatalidade ocorrida e se solidariza às famílias e vitimas, a quem dará todo suporte e apoio. Por meio do centro que controla remotamente, via satélite, toda a operação, a empresa confirmou que a composição transitava dentro dos limites de velocidade do trecho. As causas do acidente serão investigadas por meio de sindicância."
A empresa também afirmou que uma análise preliminar indica que o trem trafegava a uma velocidade adequada. A polícia criminal levantou a possibilidade de falha no freio, mas uma sindicância foi aberta para investigar as causas do acidente.