Em 2013 houve momentos que muita gente gostaria de esquecer. Cenas impressionantes que infelizmente vão ficar marcadas para sempre na memória. E os casos que de tão diferentes acabaram se tornando destaque. A segunda reportagem traz os fatos que marcaram o ano na região noroeste paulista.
Dor e revolta. O ano de 2013 começou com a triste notícia da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS). O país inteiro ficou de luto. A falta de segurança nas casas noturnas repercutiu no Brasil todo e desencadeou uma série de ações também no noroeste paulista.
Em todo o país e também na região noroeste paulista, bombeiros intensificaram as fiscalizações em bares, boates e clubes. O resultado foi preocupante, já que mais de 100 prédios municipais, incluindo creches e escolas, estavam irregulares em São José do Rio Preto.
Um dos maiores teatros da região foi interditado: o Teatro Paulo Moura, em Rio Preto funcionava sem alvará desde que foi inaugurado. A previsão é que o espaço seja liberado no primeiro semestre de 2014.
Incêndios
O fogo provocou estragos na região noroeste paulista. O maior deles no Porto Seco de Santa Adélia (SP). Toneladas de açúcar foram queimadas em um dos armazéns, o melaço tomou conta de ruas, casas, e rios. O caramelo contaminou todo o rio São Domingos, que corta cinco cidades do noroeste paulista e deságua no rio Turvo. A empresa foi multada pela Cetesb em R$ 15 milhões.
O fogo também destruiu uma casa na região norte de Rio Preto e matou uma mulher. Em Planalto (SP), mais uma morte. A vítima era o funcionário de uma empresa de Ubarana (SP). O caminhão em que o funcionário estava bateu em outro que também era usado no combate às chamas. Com o impacto a vítima ficou presa às ferragens.
A destruição foi grande na área do antigo IPA, Instituto Penal Agrícola. Foram seis incêndios em 30 dias. O Ministério Público pediu explicações e providências aos responsáveis pelo local. A prefeitura disponibilizou guardas para vigiar o espaço e máquinas para criar uma faixa de isolamento. Em Araçatuba (SP), um incêndio de grandes proporções provocou pânico. O fogo começou na área rural e chegou bem perto do aeroporto.
Trânsito
O ano também teve histórias tristes no trânsito. A prefeita de Guapiaçu (SP), Maria Ivanete Vetorazzo, morreu depois que um carro invadiu a pista contrária e bateu de frente com o veículo em que ela estava. O outro motorista também morreu. O laudo da perícia apontou que ela não teve culpa no acidente.
Dois estudantes universitários pegaram carona para visitar parentes em Araçatuba, mas não chegaram ao destino. Eles morreram em um acidente, em Itapura (SP). Outras duas pessoas também morreram.
Na rodovia Euclides da Cunha, em Tanabi (SP), uma ambulância que seguia para o Hospital do Câncer de Barretos (SP) atingiu uma placa em alta velocidade. O motorista e o paciente morreram.
Tragédia trem
Acidentes também nas ferrovias. Rio Preto viveu a pior tragédia da história envolvendo trem. Ao todo nove vagões carregados com toneladas de milho descarrilaram na área urbana e atingiram três casas. Em uma delas, era realizada uma festa. O desespero tomou conta de parentes e vizinhos das vítimas. O acidente deixou sete feridos e oito mortos. Entre as vítimas, duas crianças e uma mulher grávida.
A tragédia com o trem em Rio Preto levanta uma polêmica antiga na região noroeste paulista: a retirada dos trilhos da área urbana. Moradores protestaram contra a recuperação dos trilhos e chegaram a impedir o trabalho dos operários.
A linha férrea foi liberada nove dias depois e passou a funcionar sob supervisão, mas as investigações continuam. A polícia solicitou que a ANTT e a ALL apresentem documentação sobre velocidade, peso permitido e relatório de fiscalizações. O prazo termina no começo de janeiro.
Acidente rio
Problemas ainda no transporte pelos rios. Um acidente na hidrovia Tietê-Paraná, a maior do país, interrompeu a navegação. Pelo menos 12 mil toneladas de grãos deixaram de ser transportados por dia. A interdição foi determinada pela capitania dos portos depois que uma barcaça atingiu uma torre de transmissão de energia elétrica.
Casos inusitados
Uma família de Mirassol (SP) velou durante 14 horas o corpo da pessoa errada. O verdadeiro integrante da família estava vivo e apareceu no velório. Quem poderia imaginar que ladrões roubariam os cabelos de uma adolescente, no meio da rua. Aconteceu em Rio Preto. A jovem de 15 anos ficou traumatizada.
Já em Jales (SP), um pai teve uma atitude um tanto inusitada. Ele pagou com o próprio dinheiro tudo que o filho havia roubado de um posto de combustíveis e de uma farmácia, durante um assalto. Ele foi até o posto, conversou com o dono para parcelar a dívida, o celular da moça que eles pegaram ele também pagou.
Em Fernandópolis (SP), o filho escreveu uma cartinha para o Papai Noel, mas não queria brinquedo, não. O pedido era bem mais importante: o tratamento para a mãe, viciada em drogas. Ele conseguiu o tratamento e a mãe está internada em uma clínica de reabilitação em São Paulo.