As polícias Civil, Militar e Científica realizaram na manhã desta quinta-feira (26) em São José do Rio Preto (SP) a reconstituição do caso de feminicídio que ocorreu em maio, quando uma mulher, que havia sido espancada, morreu após ser arrastada em um carro pelo ex-marido, no dia 11 de maio.
Os peritos realizaram todo o registro fotográfico para a elaboração de laudos necessários para a Polícia Civil incluir no inquérito sobre o caso. Segundo a delegada de defesa da mulher, Mariana Alves Machado Nascimento, o inquérito já foi concluído, mas foi necessária a reconstituição, pois haviam algumas dúvidas com relação às versões apresentadas.
A reconstituição, que durou a manhã inteira, contou com a presença do suspeito, Aguinaldo dos Santos Machado, de 51 anos. No entanto, ele permaneceu dentro da viatura da polícia. Pela legislação, é um direito dele não participar, mas, mesmo assim, Aguinaldo precisou explicar à delegada e aos investigadores como tudo teria ocorrido.
Feminicídio
De acordo com o boletim de ocorrência, Alessandra Gonçalves Muniz Machado era dona de uma casa de umbanda e teve um relacionamento com Aguinaldo, mas relatou à polícia que decidiu pela separação.
Conforme o registro, a mulher disse à polícia que Aguinaldo estava usando cocaína e bebendo com frequência, além de possuir atitudes intolerantes com relação à religião dela.
Na noite de 9 de maio, o suspeito se encontrou com a mulher, mas passou a xingá-la de "diabo" e "satanás" e a agredi-la com socos e chutes. Depois, ele mandou que a vítima entrasse no carro. Ao tentar entrar, ela prendeu a mão na porta e foi arrastada pelo veículo.
A mulher foi levada à Santa Casa com ferimentos nas mãos, braços, pernas e no rosto. No hospital, a vítima pediu medidas protetivas de urgência contra o homem. Seu estado de saúde piorou e ela precisou ser encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando não resistiu.
Aguinaldo foi preso no dia 11 de maio e levado para a carceragem da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto.
O corpo de Alessandra foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para exame necroscópico. A mulher deixou três filhos. A vítima será enterrada na manhã desta terça-feira (13) em Rio Preto.
A ocorrência foi registrada como violência doméstica, morte suspeita, intolerância religiosa e feminicídio.