O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu mandados contra o tráfico de drogas abastecido pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) nas penitenciárias na região de Araçatuba (SP) na manhã desta sexta-feira (29).
Na operação, foram apreendidas drogas, valores em espécie e aparelhos celulares. Além disso, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva em Araçatuba, 14 mandados de prisão temporária em Mirandópolis (SP) e 23 mandados de busca e apreensão. Nenhum alvo dos mandados era funcionário dos presídios.
Durante a abordagem, conforme apurado pela TV TEM, um dos principais alvos morreu em confronto com a polícia ao resistir a prisão e reagir contra os policiais em Mirandópolis. Na operação, os policiais apreenderam drogas, armas e celulares usados pelos membros do PCC para se comunicar com os detentos.
"O Gaeco vem investigando essa organização criminosa há dois anos. O PCC domina as cadeias no interior do estado. As mulheres colocavam drogas em orifícios do corpo, como ânus e vagina, e entravam no presídio. Nesse caso, a revista pessoal é muito complicada e deixavam passar", reforça o delegado Flávio Miranda.
Como funcionava o crime?
A operação, intitulada Laços de Família, é voltada ao desmantelamento de núcleos criminosos ligados ao PCC. As investigações revelaram que, há anos, o grupo mantém estrutura organizada voltada ao tráfico de drogas em Mirandópolis, com ênfase no abastecimento de drogas às cadeias.
As investigações revelaram a existência de três núcleos distintos, estruturados com vínculos familiares, transmitidos de geração em geração, o que garantia estabilidade e expansão contínua no tráfico.
Essa “blindagem familiar” favorecia, ainda, a cooperação com a facção paulista atuante no sistema prisional. Parte dos investigados já cumpriu pena em presídios da região e, mesmo assim, implementava um esquema de infiltração de drogas dentro das unidades prisionais.
A investigação também permitiu a intervenção no sistema prisional, com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), resultando na apreensão de aparelhos celulares na unidade prisional em São José do Rio Preto (SP).
Os equipamentos eram utilizados por faccionados do PCC para manter contato direto com o núcleo criminoso instalado em Mirandópolis, a fim de viabilizar o abastecimento de drogas e o gerenciamento de pagamentos relacionados ao tráfico.
Raio-X da operação
Segundo o Gaeco, o nome da operação reflete o caráter permanente e estável dos vínculos familiares que sustentavam a organização criminosa.
A operação contou com a articulação de promotores de Justiça e servidores do Gaeco, bem como o apoio integrado da Polícia Militar, da Polícia Civil e da SAP, mobilizando um total de 61 equipes operacionais, compostas por:
129 policiais militares;
54 agentes da Polícia Civil;
Três equipes do Canil e
Suporte aéreo do Helicóptero Águia.