Uma organização criminosa de Araçatuba (SP) que movimentou R$ 1 bilhão em criptomoedas durante pouco mais de um ano foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira. Os crimes foram tipificados como descaminho, evasão de dívidas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Federal, cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de São Paulo foram cumpridos em Araçatuba e São Paulo. Foi determinado o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.
Durante as buscas foram apreendidos os seguintes bens dos investigados (veja a lista abaixo):
6 celulares
2 veículos (sendo um de luxo)
Uma pistola, espingarda e diversas munições
Pen Drives, HDs, drones e AirTags
Relógios
AirTags
Perfumes importados
Um suspeito também foi preso e encaminhado para a Delegacia da Polícia Federal de Araçatuba.
Ainda segundo a PF, as investigações começaram há dois anos. Foi constatado que o grupo utilizava uma estrutura complexa, onde uma empresa fachada e sócios "laranjas" importavam mercadorias de forma irregular, principalmente produtos eletrônicos.
Esses itens eram posteriormente comercializados em uma das maiores plataformas de e-commerce do país, gerando um alto volume de capital ilícito.
A empresa contratava operadores financeiros que convertiam os lucros obtidos em reais para criptoativos. Esses ativos digitais eram, então, usados no exterior para pagar os fornecedores das mercadorias, burlando os mecanismos de controle do sistema financeiro nacional e internacional.
A investigação identificou que uma única empresa operadora do esquema movimentou mais de R$ 1 bilhão em pouco mais de um ano, pulverizando os recursos em diversas corretoras de criptoativos.
Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, descaminho, sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Se somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de reclusão.