
Palmeira d’Oeste (SP) convive há décadas com uma curiosidade meteorológica que passa de geração em geração: segundo relatos de moradores mais antigos, o último episódio de chuva de granizo na cidade teria ocorrido em 1987. A história é repetida por famílias que testemunharam o fenômeno, mas, apesar de sua força cultural, o acontecimento não aparece em nenhum banco de dados oficial de meteorologia.
Buscando confirmar o episódio, o Portal eNoroeste enviou um pedido formal ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), principal órgão responsável pelo monitoramento e registro de fenômenos climáticos no país. A resposta revelou um ponto importante: Palmeira d’Oeste não possui estação meteorológica convencional, o que torna impossível a existência de registros oficiais sobre granizo ou outros fenômenos visuais que exigem observação humana direta.
“Granizo é uma observação visual, que depende de estação meteorológica convencional, onde o observador registra esses fenômenos. Infelizmente não temos estação meteorológica convencional em Palmeira d’Oeste (SP). Diante disso, não temos registros meteorológicos da referida cidade”, esclareceu o meteorologista Dr. Lizandro Gemiacki, da Divisão de Meteorologia do INMET, em resposta encaminhada por e-mail.
Sem uma estação do tipo na cidade, qualquer episódio de granizo depende exclusivamente de relatos populares, que dificilmente entram para estatísticas oficiais. Estações automáticas — mais comuns hoje — registram variáveis como temperatura, pressão e umidade, mas não identificam granizo, pois o fenômeno requer observação humana treinada.