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Nível mais baixo de rios prejudica piscicultura do noroeste paulista

Nível mais baixo de rios prejudica piscicultura do noroeste paulista
22.06.2014     Fonte: e.Noroeste

 O nível mais baixo dos últimos 100 anos nos rios da região noroeste paulista começa a prejudicar a produção de peixes. Pode faltar pescado para abastecer os frigoríficos e todo o mercado consumidor do país. Tanques, que estão no maior polo produtivo de tilápias do país, responsável pela produção de 25 mil toneladas por ano, estão tendo que ser deslocados para outros locais.
A redução no volume foi causada pelo baixo nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP) interferiu na profundidade de rios como o Paraná, que está com menos de seis centímetros. Por isso, o piscicultor Ademir Pedrini, deve gastar mais de R$5 mil para fazer a transferência dos seus 200 tanques, que ficam em Nova Canaã Paulista (SP). “Eu vou inverter o sentido dos meus tanques, vou esticar as linhas, até chegar próximo à ponte, que está bastante longe hoje e é mais fundo. Estou há 13 anos mexendo com a piscicultura, e nunca tinha acontecido isso, tivemos algumas baixas, mas nunca dessa maneira”, comenta Pedrini.
O engenheiro agrônomo Fernando Carmo explica que é preciso no mínimo oito metros de profundidade para manter a criação. Além disso, com a seca, os criadores podem ter sérios problemas. “O produtor também corre o risco de ter vazios de produção. Com essa situação de instabilidade o piscicultor deixa de fazer novos povoamentos, e no futuro, acabará tendo meses sem produzir”, alerta o engenheiro agrônomo Fernando Jesus Carmo.
Com o nível da água baixando, um criador teve que abandonar o local e retirar 150 tanques de peixes para levar a outro local, a três quilômetros, onde a profundidade era ideal. “O piscicultor que tem necessidade de fazer esse deslocamento emergencial, faz uma solicitação junto ao Ministério da Pesca e Apicultura. Ele irá autorizar, e, por três meses, essa autorização é viável e pode ser prorrogada quantas vezes forem necessárias, enquanto perdurar a situação emergencial”, explica o agrônomo.
Em outro criatório em Santa Fé do Sul (SP), metade dos peixes será levada para outro ponto do rio. Mesmo com a mudança, o empresário e criador Ramon Amaral vai ter prejuízos. “Toda piscicultura ser viável economicamente e funcionalmente tem que ter no mínimo de 7 a 8 metros de profundidade. Com essa seca, a criação se torna impossível para alguns piscicultores”, diz Amaral.
Ele também é proprietário de uma fábrica de rações, que teve queda na produção de 30%. “A fábrica foi afetada diretamente, porque o produtor parou de colocar peixe na água, houve uma redução grande na fábrica de ração e no volume de produção”, lamenta Amaral.