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Veja o que sobrou do império de Eike Batista

Veja o que sobrou do império de Eike Batista
07.02.2015     Fonte: g1

 De homem mais rico do Brasil e 8º mais rico do mundo, Eike Batista viu seu império ruir. A fortuna pessoal, que em 2012 chegou a ser estimada em mais de US$ 34 bilhões, foi reduzida, pelas contas do próprio empresário, a um patrimônio líquido negativo de cerca de US$ 1 bilhão.
O tombo veio a reboque da derrocada da petroleira OGX (agora com um novo nome, Óleo e Gás Participações), que criou um efeito dominó nas demais empresas do grupo EBX, obrigando o empresário a abrir mão do controle de várias empresas, a vender vários negócios e até mesmo a se desfazer de bens pessoais como aviões, iates e carros de luxo.
No dia 27 de janeiro, Eike deixou de vez o último cargo que mantinha na petroleira que criou, em meio ao processo de recuperação judicial. A companhia informou que ele renunciou à presidência do conselho de administração, assim como deixou de ser membro dele.
Eike, que chegou a dizer que se tornaria o homem mais rico do mundo e foi chamado pela presidente Dilma Roussef de "orgulho do Brasil", enfrenta agora, além de cobranças de dívidas, denúncias de crimes contra o mercado financeiro, de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha, além de processos administrativos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Até piano foi apreendido
O empresário é réu em processo que está sendo julgado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro e teve bloqueados todos os seus ativos financeiros e bens no país. Somente em contas bancárias foram retidos mais de R$ 117 milhões. Foram apreendidos até mesmo a Lamborghini e o piano que decoravam a sala da casa do empresário.

Eike é acusado de manipulação ao vender ações sem antes informar os investidores sobre a situação negativa das empresas e de uso indevido de informação privilegiada ("insider trading"). Se condenado, a pena mínima pode chegar a seis anos de prisão.

Das 6 empresas "X" de capital aberto criadas por Eike, 3 delas já mudaram de nome e perderam o “X” na tentativa de se afastar da imagem do fundador e 4 delas se encontram em processo de recuperação judicial para tentar evitar a falência e garantir a continuidade das operações.

Altamente endividadas, com ativos desmantelados e arrestados, operando no prejuízo ou nem sequer saídas da fase pré-operacional, as principais empresas do império de commodities criados por Eike “derreteram” e hoje é difícil saber se terão algum futuro.
De um valor de mercado que chegou a somar quase R$ 100 bilhões em 2010, Ogpar (ex-OGX), OSX, MPX (atual Eneva), MMX, Prumo (ex-LLX) e CCX valiam, juntas, no final de 2014 pouco mais de R$ 2,5 bilhões.

Eike permanece como acionista nas 6 empresas, em alguns casos ainda como controlador. Mas como as empresas estão em processo de renegociação de dívidas com credores ou em reestruturação, sua fatia nas companhias deverá ser reduzida a uma participação mínima.
Dos outros negócios criados por Eike, vários foram desfeitos totalmente para pagar dívidas do grupo e outros simplesmente deixaram de existir.
Confira a seguir a situação de cada uma das empresas que formavam o império X e a fatia que Eike ainda detém de cada uma delas:
Ogpar (ex-OGX), óleo e gás
Em recuperação judicial
Participação de Eike: 14%
Dívida estimada: R$ 11,2 bilhões
Situação: operante, mas foi obrigada a devolver 8 blocos exploratórios à União
OSX, indústria naval
Em recuperação judicial
Participação de Eike: 66,02%
Dívida estimada: R$ 5 bilhões
Situação: Navios-plataforma foram apreendidos para pagamento de credores

Eneva (ex-MPX), energia
Pediu recuperação judicial em dezembro de 2014
Participação de Eike: 20%
Dívida estimada: R$ 2,33 bilhões
Situação: Controle foi vendido ao grupo alemão E.ON)
MMX, mineração – 57,42%
Em recuperação judicial
Participação de Eike: 57,42%
Dívida estimada: mais de R$ 400 milhões
Situação: 65% do Porto Sudeste (principal ativo da empresa) foi vendido para as companhias Impala e Mubadala
Prumo (ex-LLX), logística portuária – 10,44%
Participação de Eike: 10,44%
Dívida estimada: R$ 2,52 bilhões
Situação: Responsável pela construção do Porto do Açu (RJ). Controle da empresa foi adquirido pelo grupo norte-americano EIG

CCX - mineração de carvão na Colômbia
Empresa em fase pré-operacional, sem receitas
Participação de Eike: 61,66%
Situação: Eike fechou acordo de venda dos principais ativos à turca Yildirim por US$ 125 milhões, mas operação ainda não foi concluída
Rex, imóveis
Participação de Eike: não informada
Situação: Hotel Glória foi vendido ao grupo suíço Acron por cerca de R$ 260 milhões, mas Eike fechou um outro acordo para participar do desenvolvimento do empreendimento.
Mr Lam, restaurante
Parceria de Eike com Mr.Lam
Continua em funcionamento
IMX, entretenimento
Participação de Eike: 0%
Fatia de Eike na empresa foi adquirida pelo fundo Mubadala, de Abu Dhabi
Aux, ouro
Participação de Eike: 0%
Mineradora foi vendida ao fundo Mubadala, de Abu Dhabi, por cerca de US$ 400 milhões
SIX, tecnologia
Participação de Eike: 0%
Eike vendeu a fatia de 33% que tinha na fábrica de chips ao grupo argentino Corporación América por valor não informado
Marina da Glória
Participação de Eike: 0%
Concessão do porto privado foi vendida à BR Marinas

RJX, esporte
Participação de Eike: 0%
Contrato de patrocínio de time de voleibol masculino foi rompido. Com a saída do grupo de Eike, equipe campeã da Superliga passou a chamar apenas RJ.

Pink Fleet - fora de operação
Iate teria sido desmanchado e vendido como sucata

NRX Newrest - sem informações
Parceria com o Grupo Newrest para atuação no mercado de catering não saiu do papel.