Uma equipe de reportagem do SBT Interior foi agredida hoje de manhã (1º) pelo sargento da Polícia Militar Itamar Cesar de Oliveira. O caso aconteceu em Urânia, na região de Jales, durante a cobertura da primeira audiência envolvendo a prisão do ex-prefeito da cidade, Francisco Airton Saracuza (PP) após uma operação do Ministério Público e da Polícia Federal de Jales.
Oliveira impediu que a equipe fizesse imagens da chegada do ex-prefeito ao fórum da cidade e tomou a câmera do cinegrafista Ever Centurion. Depois, pegou o celular do repórter Márcio Adalto e jogou o aparelho no chão, quebrando a tela do celular.
Adalto ainda chegou a ser ameaçado pelo PM. Tudo foi gravado e testemunhado por populares.
“Em toda a minha carreira nunca passei por isso. E já cobri mais de 10 manifestações em Brasília. Foi um absurdo, um desrespeito com a liberdade de imprensa”, disse o repórter.
É importante ressaltar que a equipe estava fazendo o trabalho de registro de imagens em local público, ou seja, permitido e garantido pelo direito de ir e vir de qualquer cidadão.
POSICIONAMENTO DA POLÍCIA MILITAR
A PM disse que, por determinação da juiza responsável pelo caso, a via estava interditada em 100 metros e que a PM “foi incumbida” de orientar a imprensa “para se absterem de colher imagens das pessoas que participavam da audiência”.
“Diante de tal situação, uma equipe do SBT que se encontrava por lá iniciou a captura de imagens, momento em que foram orientados pela equipe policial a desligarem os aparelhos. Entretanto, o cinegrafista continuou a gravação de imagens com um aparelho celular pessoal, contrariando a orientação recebida. Ao que foi preliminarmente apurado, neste momento, um dos policiais presentes teria abaixado a câmera e tentado retirar o aparelho das mãos do cinegrafista de modo a impedir a captura de imagens, momento em que tal aparelho veio a cair ao solo”.
A PM disse, ainda, que a atitude do policial será apurada por meio de procedimento administrativo após a avaliação das imagens e oitiva de testemunhas.
Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lamentou o ocorrido e disse que solidariza-se com o repórter Márcio Adalto e com o repórter cinematográfico Ever Centurion.
“A Fenaj condena toda e qualquer forma de violência contra jornalistas no exercício de sua profissão e reitera que essa violência é um atentado às liberdades de expressão e de imprensa. O profissional do Jornalismo tem o dever de levar informação de interesse público à sociedade, por isso a violência contra jornalistas é também um atentado ao direito à informação. Esperamos que a agressão seja devidamente apurada e que o policial responsável seja punido”, disse o órgão.
NOTA DA EMISSORA
O SBT Interior repudia qualquer ato violento que interfira na liberdade de imprensa de qualquer veículo de comunicação, seja provocado por civis ou por qualquer agente de segurança do estado em local público.
A emissora informa que vai enviar as imagens e cobrar alguma providências das autoridades competentes.