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Comunidade escolar de Rubinéia rejeita a implantação do PEI - Programa de ensino integral

A direção da ROC - Escola Estadual Rubens de Oliveira Camargo, em Rubineia, não vai solicitar para a Secretaria Estadual de Educação sua inclusão no PEI - Programa de Ensino Integral, O recuo acontece após consulta à comunidade escolar mostrar que a maioria é contrária a mudança. A reunião, que foi realizada na noite da última quinta-feira, 29/08, na quadra esportiva da ROC, contou com a presença de membros da Comunidade Escolar, ou seja diretoria, corpo docente e pais de alunos que, por 11 x 09 rejeitaram a implantação do PEI.
Ao tomar conhecimento da possível mudança no sistema de ensino da ROC, Rose Nunes, mãe de alunos, passou a colher, em um abaixo assinado, assinaturas contrárias ao PEI. "Não sou contra o PEI. Sou contrária a implantação do PEI aqui na ROC, pois seria necessária uma série de mudanças, inclusive no espaço físico da escola que hoje já funciona com algumas deficiências. O que eu percebo é o seguinte: como o governo conseguirá pagar o aumento da direção e do corpo docente, que devem, sim, ganhar melhor do que ganham, se o mesmo governo não tem recursos nem para pintar uma sala, instalar um ar-condicionado, fazer a manutenção regular da quadra esportiva e/ou da própria unidade escolar e de outras coisas corriqueiras no dia-a-dia da ROC? Além disso, o PEI vai acarretar mais despesas para a prefeitura que já funciona no limite possível, pois ninguém falou em aumentar o repasse de recursos para a ampliação do horário no transporte escolar para levar os alunos do ensino médio pra Santa Fé do Sul, que vai acomodar o tal polo unificado do PEI, com alunos da Comarca, sete cidades no total. E a realidade da nossa cidade, no seguimento sócio/administrativo, quem sabe somos nós os atores que convivemos com todos os problemas diariamente", pontuou Rose.
O PEI: A Secretaria Estadual da Educação anunciou na quarta-feira, 21/08, que vai expandir o PEI - Programa de Ensino Integral, a partir de 2020. Segundo a proposta, as escolas terão de demonstrar interesse em aderir a este modelo até 13 de setembro. A expectativa da SEDUC é atender cerca de 100 unidades escolares, que tenham, em média, 500 estudantes cada uma. Neste programa, os estudantes passam a ter uma matriz curricular diferenciada que inclui preparação para o mercado do trabalho, orientação de estudos, experiências práticas de ciências, tutoria personalizada com um professor, além dos clubes juvenis, em que os alunos se auto-organizam de acordo com seus temas de interesse como dança, xadrez, debates etc. A carga horária é de até nove horas e meia. Na rede regular a jornada é de cinco horas. O investimento da SEDUC no Ensino Integral, também ajuda a cumprir as metas previstas nos Planos Nacional e Estadual de Educação, que determinam que 50% das escolas devem oferecer essa modalidade de ensino até 2024 e 2026, respectivamente. Estudos apontam que o Ensino Integral ajuda a melhorar a aprendizagem dos alunos e aumenta a empregabilidade e renda dos egressos. Os alunos do Ensino Médio das escolas do PEI tiveram desempenho no último IDESP - Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo 1,2 ponto maior em relação aos estudantes das escolas regulares. Outra vantagem do modelo é a possibilidade de os professores atuarem em regime de dedicação integral a uma escola, com mais tempo para estudo e preparação de aula. Para isso, eles recebem uma gratificação de 75% no salário-base. Atualmente, das 5.624 escolas de nível médio (rede estadual), 417 funcionam nessa modalidade.