O procurador assessor Luiz Ambra, da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo, veio nesta sexta-feira (22) à região noroeste paulista onde participou de uma reunião com promotores onde a pauta em discussão era a Máfia do Asfalto.
Promotores de 32 comarcas do noroeste paulista e de outras regiões do Estado se reuniram na Associação do Ministério Público de São José do Rio Preto (SP). No encontro, os promotores falaram sobre o andamento dos processos referentes ao esquema que ficou conhecido com a Máfia do Asfalto.
Em abril deste ano, a Operação Fratelli desmontou um esquema de fraudes em licitações em 62 cidades da região noroeste paulista, a maioria contratos para a pavimentação, que somam R$ 112 milhões. Depois de cinco anos de investigação, o Ministério Público provou que quem venceu a maior parte dos contratos foram empresas do grupo Scamatti, com sede em Votuporanga (SP).
O empresário Olívio Scamatti, um dos principais sócios, ficou preso durante sete meses e atualmente responde processo em liberdade. A maior parte das obras era feitas com recursos federais e estaduais, por meio de emendas indicadas por deputados. Como foram encontrados indícios de participação de prefeitos, ex-prefeitos , agentes públicos e funcionários de empresas, novos processos foram abertos em cada uma das comarcas, para apuração mais detalhada das provas. “Cada promotor tem a liberdade e independência para agir como bem entender, mas essa reunião serve para trocar ideias para ver o que cada um tem para ter uma melhor eficácia nas próximas ações”, afirma Luiz Ambra.
O prefeito de Palestina (SP), Fernando Luiz Semedo, já foi denunciado pela Procuradoria Geral ao Ministério Público por corrupção passiva. Segundo o MP, ele teria recebido propina do grupo Scamatti para autorizar um loteamento na cidade. Prefeitos de outros municípios também devem ser denunciados nos próximos meses, de acordo com o andamento dos processos. Tanto ele como Olívio Scamatti negam as acusações. “Como cada promotor vai tratar apenas das fraudes de seus municípios, e todo esquema da organização já está no material que ele recebeu, a investigação vai andar de forma mais rápida”, diz Evandro Ornelas Leal, promotor do Gaeco.