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Equipe da Marinha faz buscas por corpo de estudante trans assassinada em Ilha Solteira

Equipe da Marinha faz buscas por corpo de estudante trans assassinada em Ilha Solteira
19.07.2025     Fonte: G1

As buscas pelo corpo de Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, ganharam um reforço da equipe da Marinha brasileira neste sábado (19) em Ilha Solteira (SP). A estudante de zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) está desaparecida desde 12 de junho, e o caso é investigado como feminicídio.

A investigação indicou que o namorado Marcos Yuri Amorim, e o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira a assassinaram. Ambos foram presos. A polícia também encontrou ossos queimados na propriedade de Marcos. As amostras foram encaminhadas para análise de DNA na quarta-feira (16).

Com o uso de uma moto aquática, os militares iniciaram uma varredura no rio São José dos Dourados, próximo ao sítio onde mora o namorado da jovem. A localização foi indicada pelo delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha, com base na movimentação dos investigados.

Além da Marinha, profissionais da Unesp também auxiliam nas buscas com um equipamento que utiliza ondas eletromagnéticas para mapear o solo, especialmente em uma área da propriedade com terra revirada e grama recém-plantada. Essa mesma região já havia sido alvo de buscas com Sound Navigation and Ranging (Sonar) e drones por parte da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros, com apoio de pescadores.

Segundo o boletim de ocorrência, a estudante estava na Unesp, onde fez uma prova do curso, antes de desaparecer. Ela foi vista pela última vez perto de um ginásio.

Desaparecimento

Segundo o relato da mãe à polícia, Carmen saiu de casa na noite do dia 11 de junho com uma bicicleta elétrica preta. Ela foi vista pela última vez nas imediações da universidade, onde havia feito uma prova. Seu celular teve o último sinal captado próximo ao rio da cidade.

Buscas feitas em áreas de mata próximas à universidade encontraram marcas de pneus compatíveis com os da bicicleta. A jovem nunca havia desaparecido antes, e a família mobilizou amigos e a comunidade em manifestações e ações de procura.

Suspeitos localizados e presos

Dois dias antes de o desaparecimento completar um mês, a polícia prendeu Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen, e o policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos de Oliveira.

A investigação apontou que Carmen esteve na casa de Marcos Yuri, em um assentamento, e não foi mais vista. Câmeras de segurança mostraram que ela entrou no local, mas não saiu. O delegado Miguel Rocha também confirmou que Roberto Carlos mantinha um relacionamento afetivo e financeiro com Yuri.

Ambos foram presos temporariamente no dia 10 de julho e seguem detidos em unidades prisionais diferentes.

Feminicídio

A investigação apontou que Carmen havia pressionado Yuri para assumir o relacionamento e descoberto que ele praticava furtos. Segundo o delegado, esses fatores teriam motivado o assassinato.

No computador da vítima, foi recuperado um dossiê com informações sobre os supostos crimes cometidos por Yuri. O documento havia sido apagado no dia 12 de junho , data em que a polícia acredita que o feminicídio ocorreu.

Restos de ossos queimados foram encontrados na propriedade de Yuri e enviados para análise de DNA. A polícia suspeita inicialmente que sejam de animais, mas não descarta nenhuma hipótese.

O caso segue em investigação, com novas frentes de busca sendo abertas nos locais indicados pelas provas colhidas até o momento.

O que diz a defesa

A defesa de Roberto Carlos afirmou que o investigado provará sua inocência. Já o advogado de Marcos Yuri não foi localizado.