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Rio Preto tem mais de 200 festas ilegais durante quarentena

Rio Preto tem mais de 200 festas ilegais durante quarentena
16.06.2020     Fonte: DR

Desde o início da pandemia do coronavírus em Rio Preto, no dia 13 de março, foram denunciadas 213 festas irregulares para Guarda Municipal de Rio Preto, uma média de 16 casos por fim de semana. Somente no último fim de semana, entre sábado e domingo, foram flagradas 250 pessoas sem máscara de proteção em reuniões ilegais. Virologista alerta para o sério risco destas aglomerações provocarem explosões de contaminações.

As denúncias vão desde churrasco familiares até festas com muito som alto e bebida alcoólica à disposição - cervejas e destilados, principalmente - , diz o comandante operacional da GCM, Victor Cornacioni.

"Tem situações que a Guarda dá advertência e o pessoal encerra a festa, mas tem outros eventos que somos recebidos até com hostilidade. As pessoas não entendem que não é hora de fazer festa nenhuma", afirma.

O maior flagrante de festa irregular foi feito pela Polícia Militar, acompanhado pela GCM, na madrugada de domingo, 13, quando ocorria uma festa para 150 pessoas em uma chácara na Estância Santa Luzia. A organizadora do evento foi detida, depois encaminhada para Central de Flagrantes onde foi atuada por dois crimes: por perturbação do sossego e por infringir determinação do poder público destinado a impedir propagação de doença contagiosa.

Até um baile funk com participação de 30 pessoas foi flagrado pela PM, na madrugada de sábado, em uma chácara na Estância São Miguel Arcanjo II, onde também os organizadores foram detidos por desrespeitar a proibição de promover aglomerações.

Também na madrugada de sábado, mais 30 pessoas foram flagradas em festa em uma chácara, na Estância Suíça. O organizador do evento foi detido.

Nos três casos, os responsáveis foram soltos após prestar depoimento na Central de Flagrantes, mas poderão ser multados em R$ 6 mil pela Vigilância Sanitária.

De março até junho foram emitidas cinco multas contra festas durante a pandemia, mas pode vir mais punição porque nem todos os recursos ainda não foram julgados.

A Vigilância Sanitária avisa que os donos dos estabelecimentos onde são realizados os eventos também estão sujeitos a autuação, multa e até fechamento temporário do prédio.

O secretário municipal de saúde, Aldenis Borin criticou a realização de festas em plena pandemia. "Essas festas com até 150 pessoas, como me falou a Guarda Municipal, são feitas por pessoas irresponsáveis", diz.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informa que as denúncias podem ter feitas a qualquer hora do dia pelo telefone 153 da Guarda Municipal

"A Prefeitura de Rio Preto recomenda às pessoas que respeitem o isolamento social. As aglomerações estão proibidas" informa a nota.

Além de multa, organizadores e donos dos locais de eventos podem ser punidos com pena de até um ano de reclusão.

Festas agora, coronavírus depois

A virologista Carolina Colombelli Pacca Mázaro alerta para o potencial de risco de aumento de contaminação ao se realizar festas durante a ocorrência da pandemia de Covid-19, como as flagradas em Rio Preto.

A professora da Faceres afirma que há riscos de pessoas que estão pré-sintomáticas, ou assintomáticas, disseminarem a doença, entre os frequentadores das festas.

"Esse é o motivo de fazermos o distanciamento social, não fazermos aglomerações para evitar a disseminação da doença", afirma a pesquisadora.

Carolina relembra que o gradual momento de reabertura de diversos setores da economia tem ocorrido com uma série de medidas como obrigatoriedade do uso de máscaras, disponibilização de frascos de álcool em gel para higienização das mãos e manter o distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas.

O governo de São Paulo dividiu em cinco fases, separadas por cores, de abertura gradual. Rio Preto está na fase laranja, que ainda não permite a realização de festas e eventos esportivos. Isso só acontece quando forem zeradas as notificações de novas contaminações.

A especialista alerta também para o risco de contaminação, mesmo em churrasco entre amigos, porque os participantes da confraternização podem ser assintomáticos, portadores da Covid-19, no entanto sem apresentar qualquer um dos sintomas, mas mesmo assim, com poder de transmissão.

"As pessoas só vão perceber que o risco do coronavírus quando os números de mortos se tornarem nomes de pessoas que elas conhecem", essa é a conclusão, em tom de alerta, da virologista.

Carolina recomenda a todos o adiamento de qualquer tipo de evento para depois da pandemia.